quinta-feira, 17 de junho de 2010

Epístola ao Cérebro II

Cérebro,

Já faz mais de uma semana que solicitei um espaço em sua confortável cobertura.Já lhe informei que o peito tá apertado demais pra tão espaçosa indumentária e até agora não recebi nenhuma resposta.

Estou certo de minha resolução e estou decidida a pular fora do peito, esta morada me traz muitas recordações desagradáveis e faço questão de apagá-las imediatamente.

Não me digas que as recordações fazem bem, porque nesta balela eu não acredito mais. As recordações trazem à tona as coisas boas, mas infelizmente as coisas desagradáveis também.

E cá entre nós, esse meu saudosismo sentimentalista ficou no tempo em que eu não vestia tão garbosa vestimenta.Devo afirmar que depois que recebi tal presente, estou me sentindo muito mais seguro e imponente.

Imaginando receber uma resposta imediata, justamente por estar falando com a parte pensante do corpo, pensei que fosse prontamente atendido.Perante a demora, tomarei as providências que acho necessárias.

Sem mais, Coração.

domingo, 6 de junho de 2010

Epístola ao "Cérebro"

Carta ao Cérebro,

Olá querido colega, como vão as coisas por aí? Espero que esteja tudo bem. Por aqui tá tudo bem, exceto por uma novidade_que com certeza surpreenderá alguns companheiros da causa.

Comprei uma linda couraça de metal, e desde que passei a usá-la, não caibo mais no peito. Não se preocupe comigo, esta roupa não me incomoda_ ela é revestida com lã das mais puras ovelhas chilenas_ mas a falta de espaço,está me deixando um tanto quanto apertado.

Vivi confortavelmente durante três décadas nesse espaço reservado só pra mim, mas infelizmente devido a tantas emoções e inúmeras turbulências , estava cansado demais pra ficar me sentindo tão desprotegido.Decidi desta maneira comprar tão formosa indumentária.

Peço solenemente que me ceda um espaço em seu local de residência, pois acho que a visão da cobertura, me daria uma visão panorâmica das coisas da vida, e desta maneira me machucaria bem menos.Seja solidário e ajude um amigo de longa data.

Encarecidamente, Coração.